Urucum ajuda a emagrecer, reduz radicais livres e diminui colesterol
Segundo a médica Sylvana Braga, o urucum, que antes era usado para bronzeamento, ganha espaço na busca pela boa forma
Para a nutróloga Sylvana Braga, o urucum estimula a redução de gordura periférica, favorecendo o emagrecimento corporal
São Paulo - A chegada do verão exige cuidados redobrados com a saúde e
o corpo. Para ficar em forma e curtir a temporada de sol, as pessoas
intensificam os exercícios físicos. As mulheres, em especial, apostam em
dietas rigorosas e, até mesmo, em remédios. O mais indicado para
conquistar um corpo esbelto é optar por uma alimentação adequada, mas
com saúde e qualidade.
Para a médica nutróloga, reumatóloga, fisiatra e especialista em
prática ortomolecular, também autora do livro “Dieta Ortomolecular – o
segredo de rejuvenescer em total harmonia", Sylvana Braga, o urucum, que
muitos usavam para obter um bronzeamento rápido, quem diria, agora
ganha espaço na busca pela boa forma. De origem nacional e com
características funcionais, vem da semente de urucum e auxilia no
emagrecimento. Também chamado de Urucum Bixa Orellana L., é um extrato
que tem efeitos sobre o organismo como um todo. É muito usado pelos
índios na culinária e para ornamentação do corpo.
"O uso mais comum dá-se através das suas sementes trituradas ou através da manipulação em laboratório. Conhecido como colorau, pode ser acrescentado à dieta em saladas, massas, arroz e sopa", conta.
Para a nutróloga, o urucum melhora os receptores da insulina, o que promove uma baixa da glicose sanguínea e estimula a redução de gordura periférica, favorecendo, assim, o emagrecimento corporal.
Além disso, Sylvana afirma que o urucum é rico em carotenóides, excelentes antioxidantes que impedem a peroxidação lipídica e as aberrações dos cromossomos. "Logo, protegem o corpo das mutações genéticas do aparecimento de doenças ligadas à hereditariedade. Os carotenóides possuem uma coloração atraente com baixa toxicidade, ou seja, ausência de efeitos colaterais adversos. Dos carotenóides presentes no urucum, predomina a bixina, que reduz os radicais livres circulantes e protege as membranas celulares da ação dos mesmos."
Dentre as funções importantes do urucum, pode haver a baixa de colesterol total, redução do mau colesterol (LDL) e aumento do bom colesterol (HDL). Como não possui efeito tóxico, pode reduzir os indutores de câncer colorretal.
Pesquisadores do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu iniciaram, há anos, um estudo científico com a berinjela. Para comprovar a veracidade da sua capacidade de baixar o colesterol sanguíneo, eles alimentaram coelhos com ração especial à base de gema de ovo, elevando artificialmente suas taxas de colesterol. Como passo seguinte, sem parar a oferta de gemas ofereceram-lhes berinjela crua como refeição matinal. Em três meses, os níveis dessa gordura na corrente sangüínea dos animais baixaram 30% mesmo sem os animais terem perdido peso. Suas fezes, ademais, apresentavam teor aumentado da gordura, o que levou os pesquisadores a suspeitar que a planta auxiliaria a eliminação fecal da mesma. Observe-se que tais efeitos foram obtidos com o vegetal cru, não se tendo verificado se o efeito seria perdido com a cocção pois não se averiguou qual o princípio ativo redutor das taxas.
Mas não se pense tão somente na berinjela. Outras plantas têm ação semelhante. Uma é o alho, rico em alicina, que além de eliminar o colesterol ainda evita a agregação de plaquetas nos vasos sanguíneos. Tal agregação seria precursora das placas de ateroma, as quais podem, com o passar do tempo, obstruir artérias e causar sérios problemas cardiovasculares. Vale notar que as cápsulas de alho comercializadas dificilmente atingem a concentração de 4 g por unidade, considerada a ideal para obter esse efeito, sendo necessário tomar várias ao dia. Por mais que se tema piorar o hálito depois delas, o jeito talvez seja consumir de 1 a 5 dentes frescos, podendo eles ser picados e tomados com qualquer líquido.
As fibras alimentares, sempre bem recomendadas, também auxiliam nessa tarefa, mas ingerir a quantidade de 30g/dia não é tarefa fácil. Corresponde, por exemplo, a em torno de três colheres das de sopa de farelo de trigo ou a 25 laranjas pequenas ou quase 3,5 xícaras das de chá de ervilhas. Esta é uma das razões de haver tantos complementos comercializados no mercado, uma boa parte à base de glucomanan, um carboidrato extraído da raiz de uma palnta, o Amophorphallus konjac. A ingestão desses suplementos requer que se tome, por dia, 2 litros de água, pois é o contato com os líquidos que o faz agir, sem ela podendo ocorrer constipação intestinal intensa. Há uma fonte de fibras ainda mais tranqüila e fácil de empregar: as naturais da aveia são muito superiores às dos demais cereais no papel de abaixadoras de taxas. Fazem isto por unirem-se ao colesterol ingerido e aos sais e ácidos biliares (que são fundamentalmente constituídos daquela gordura) e fazem com que não sejam reabsorvidos, ocorrendo sua eliminação fecal. Até a velha e boa aveia Quacker, em flocos grossos, é campeã nisto.
Há outros vegetais que, literalmente, dão um empurrão no metabolismo. É o caso do urucum, mais usado como corante de alimentos, e que se constitui em uma das mais promissoras plantas em pesquisa. Um trabalho da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul comprovou sua utilidade. A película que envolve a semente é composta de 90% de bixina (corante natural derivado da vitamina A). Suspeita-se que esse carotenóide tenha o poder de acelerar o metabolismo de gorduras e seja o responsável pela redução das taxas de colesterol e de triglicérides. O urucum consegue baixar o colesterol LDL sem alterar a fração HDL, dita "o bom colesterol". Nota importante: nada de fazer chás ou infusões com a semente. Se a berinjela perde as propriedades de reduzir o colesterol ao ser cozida, o urucum perde-as quando fervido. A receita é deixar 30/35 sementes (encontradiças em mercados e feiras livres) de molho em 1 litro de água e tomar a mistura três vezes ao dia. Não é preciso coar.
Como se pode ver, nem sempre há que recorrer com exclusividade a medicamentos industrializados. Estes poucos exemplos mostram que medidas simples podem ajudar a impedir acidentes cardiovasculares. Que pode ser mais simples que tomar água de urucum pela manhã, pela tarde e pela noite? Ou usar uma gostosa papinha de aveia (com leite desnatado, pois nem todos aceitam bem o leite de soja, ideal neste caso) no café da manhã e pelo entardecer? E berinjelas? Bem que são gostosas no almoço, não? E quanto ao alho? Bem, aí os gostos variam: tanto se pode dizer que bastam as outras opções como simplesmente fechar o nariz e engolir!
"O uso mais comum dá-se através das suas sementes trituradas ou através da manipulação em laboratório. Conhecido como colorau, pode ser acrescentado à dieta em saladas, massas, arroz e sopa", conta.
Para a nutróloga, o urucum melhora os receptores da insulina, o que promove uma baixa da glicose sanguínea e estimula a redução de gordura periférica, favorecendo, assim, o emagrecimento corporal.
Além disso, Sylvana afirma que o urucum é rico em carotenóides, excelentes antioxidantes que impedem a peroxidação lipídica e as aberrações dos cromossomos. "Logo, protegem o corpo das mutações genéticas do aparecimento de doenças ligadas à hereditariedade. Os carotenóides possuem uma coloração atraente com baixa toxicidade, ou seja, ausência de efeitos colaterais adversos. Dos carotenóides presentes no urucum, predomina a bixina, que reduz os radicais livres circulantes e protege as membranas celulares da ação dos mesmos."
Dentre as funções importantes do urucum, pode haver a baixa de colesterol total, redução do mau colesterol (LDL) e aumento do bom colesterol (HDL). Como não possui efeito tóxico, pode reduzir os indutores de câncer colorretal.
Quatro inimigos naturais do colesterol
Dr. Jorge Boucinhas [médico e professor da UFRN]
Pesquisadores do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu iniciaram, há anos, um estudo científico com a berinjela. Para comprovar a veracidade da sua capacidade de baixar o colesterol sanguíneo, eles alimentaram coelhos com ração especial à base de gema de ovo, elevando artificialmente suas taxas de colesterol. Como passo seguinte, sem parar a oferta de gemas ofereceram-lhes berinjela crua como refeição matinal. Em três meses, os níveis dessa gordura na corrente sangüínea dos animais baixaram 30% mesmo sem os animais terem perdido peso. Suas fezes, ademais, apresentavam teor aumentado da gordura, o que levou os pesquisadores a suspeitar que a planta auxiliaria a eliminação fecal da mesma. Observe-se que tais efeitos foram obtidos com o vegetal cru, não se tendo verificado se o efeito seria perdido com a cocção pois não se averiguou qual o princípio ativo redutor das taxas.
Mas não se pense tão somente na berinjela. Outras plantas têm ação semelhante. Uma é o alho, rico em alicina, que além de eliminar o colesterol ainda evita a agregação de plaquetas nos vasos sanguíneos. Tal agregação seria precursora das placas de ateroma, as quais podem, com o passar do tempo, obstruir artérias e causar sérios problemas cardiovasculares. Vale notar que as cápsulas de alho comercializadas dificilmente atingem a concentração de 4 g por unidade, considerada a ideal para obter esse efeito, sendo necessário tomar várias ao dia. Por mais que se tema piorar o hálito depois delas, o jeito talvez seja consumir de 1 a 5 dentes frescos, podendo eles ser picados e tomados com qualquer líquido.
As fibras alimentares, sempre bem recomendadas, também auxiliam nessa tarefa, mas ingerir a quantidade de 30g/dia não é tarefa fácil. Corresponde, por exemplo, a em torno de três colheres das de sopa de farelo de trigo ou a 25 laranjas pequenas ou quase 3,5 xícaras das de chá de ervilhas. Esta é uma das razões de haver tantos complementos comercializados no mercado, uma boa parte à base de glucomanan, um carboidrato extraído da raiz de uma palnta, o Amophorphallus konjac. A ingestão desses suplementos requer que se tome, por dia, 2 litros de água, pois é o contato com os líquidos que o faz agir, sem ela podendo ocorrer constipação intestinal intensa. Há uma fonte de fibras ainda mais tranqüila e fácil de empregar: as naturais da aveia são muito superiores às dos demais cereais no papel de abaixadoras de taxas. Fazem isto por unirem-se ao colesterol ingerido e aos sais e ácidos biliares (que são fundamentalmente constituídos daquela gordura) e fazem com que não sejam reabsorvidos, ocorrendo sua eliminação fecal. Até a velha e boa aveia Quacker, em flocos grossos, é campeã nisto.
Há outros vegetais que, literalmente, dão um empurrão no metabolismo. É o caso do urucum, mais usado como corante de alimentos, e que se constitui em uma das mais promissoras plantas em pesquisa. Um trabalho da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul comprovou sua utilidade. A película que envolve a semente é composta de 90% de bixina (corante natural derivado da vitamina A). Suspeita-se que esse carotenóide tenha o poder de acelerar o metabolismo de gorduras e seja o responsável pela redução das taxas de colesterol e de triglicérides. O urucum consegue baixar o colesterol LDL sem alterar a fração HDL, dita "o bom colesterol". Nota importante: nada de fazer chás ou infusões com a semente. Se a berinjela perde as propriedades de reduzir o colesterol ao ser cozida, o urucum perde-as quando fervido. A receita é deixar 30/35 sementes (encontradiças em mercados e feiras livres) de molho em 1 litro de água e tomar a mistura três vezes ao dia. Não é preciso coar.
Como se pode ver, nem sempre há que recorrer com exclusividade a medicamentos industrializados. Estes poucos exemplos mostram que medidas simples podem ajudar a impedir acidentes cardiovasculares. Que pode ser mais simples que tomar água de urucum pela manhã, pela tarde e pela noite? Ou usar uma gostosa papinha de aveia (com leite desnatado, pois nem todos aceitam bem o leite de soja, ideal neste caso) no café da manhã e pelo entardecer? E berinjelas? Bem que são gostosas no almoço, não? E quanto ao alho? Bem, aí os gostos variam: tanto se pode dizer que bastam as outras opções como simplesmente fechar o nariz e engolir!